8. A difusão da nova arte pela Europa

__ Abóbada de leque de uma das alas do claustro da catedral de Gloucester, Inglaterra.

__ Catedral de Friburgo, Alemanha, com a sua única torre da fachada principal.

__ Pormenor do portal e fachada da catedral de Salamanca, Espanha.
__ Catedral de Siena, Itália.

Formulado na Abadia de Saint Denis pelo abade Suger, em meados do século XII, o novo estilo arquitectónico expande-se pela França e depois por toda a Europa, onde assume variantes regionais. A difusão do gótico desenvolve-se ao longo de quatro fases: 1. gótico primitivo, entre 1144 e 1190 - introdução do novo sistema estrutural com base no arco quebrado, abóbada de cruzaria de ogivas e arcobotante; 2. gótico clássico, entre 1190 e 1240 - amadurecimento do sistema estrutural gótico, destacando-se o maior adelgaçamento das paredes; 3. gótico radiante, entre 1240 e 1350, com a plena expansão da nova arte pela Europa e maior complexidade da sua decoração; 4. gótico flamejante e tardio, entre 1350 e 1520, com decoração muito intensa em linhas flutuantes que lhe dão o aspecto de chamas. Em Inglaterra prevalecem as igrejas monásticas de corpo alongado, paredes mais espessas e poucas aberturas, transeptos duplos e cabeceiras quadradas; durante o século XV desenvolve-se o chamado estilo perpendicular, marcado pela simplicidade, acentuação das linhas verticais, decoração alongada e linear e abóbadas de leque. Na Alemanha o gótico impõe-se tardiamente devido à persistência do gosto românico e a sua especificidade traduz-se nas hallenkirchen ou igrejas-salão, nas quais arcadas, galeria e trifório não existem e as naves estão todas à mesma altura; destacam-se ainda as igrejas de fachada com torre única e abóbadas reticuladas. Em Espanha o gótico implanta-se durante o século XIII, e no fim do XV destaca-se pelo chamado estilo plateresco (de plateros, cinzeladores de prata), que ostenta abundante decoração esculpida nos portais e outras superfícies, assemelhando-se mais a finos trabalhos metálicos do que propriamente escultura em pedra. Em Itália o gótico penetrou muito lentamente, e à excepção do arco ogival e da planta de tipo basilical, pouco mais adoptou do gótico clássico, mantendo a tendência para a horizontalidade, o uso de coberturas planas em madeira, paredes com poucas e pequenas janelas, continuando-se o uso da pintura a fresco como decoração dominante.